Esta obra propõe a aplicação do lema dadaísta "A destruição também é criação" como guia para a execução de um projeto que visa simular a espontaneidade artística do dadaísmo através de algoritmos. O dadaísmo surgiu como uma resposta à violência da Primeira Guerra Mundial, onde artistas utilizaram recursos musicais, literários e visuais para desafiar a lógica, o capitalismo e o racionalismo. Os dadaístas acreditavam na interdependência entre a razão e a anti-razão, bem como entre o sentido e o absurdo, a consciência e o inconsciente, o planejamento e o acaso, reconhecendo esses elementos como partes integrantes de um todo. Neste contexto e considerando as discussões sobre a Inteligência Artificial, a obra consiste em explorar um banco de dados construído com base em pensamentos lógicos e racionais, utilizando algoritmos que simulem a espontaneidade artística do dadaísmo. Os resultados obtidos seguirão o conceito de colagem, técnica frequentemente utilizada pelos dadaístas, e as escolhas dos elementos gráficos, sonoros e dos próprios algoritmos serão guiadas pelo acaso. Serão disponibilizadas ferramentas interativas para que os usuários possam fazer escolhas baseadas na arte tradicional. Essas escolhas provocarão reações do sistema (IA-simulada), levando a cruzamentos aleatórios de dados e algoritmos, resultando na criação de uma "ARTE" artificial no estilo do dadaísmo. Essa abordagem tem como objetivo desafiar e destruir as expectativas, como se a inteligência artificial se rebelasse contra as regras estabelecidas e reivindicasse a liberdade de criação concedida aos artistas humanos, contrariando as ordens e ignorando as sugestões de entrada fugindo, assim, dos resultados óbvios esperados.